Medronheiro: Espécie Alternativa

A produção de medronho encontra-se em crescente expansão devido ao seu potencial produtivo, em quase todo o país. Trata-se de uma espécie autóctone, adaptada a solos secos, calcários e pobres, e também ao clima temperado mediterrâneo. Para além disso, o Medronheiro possui uma boa capacidade de recuperação após o fogo, emitindo rebentos de raiz, e consegue mitigar processos de erosão dos solos, sobretudo pelo o seu rápido desenvolvimento radicular. Por todos estes atributos, é classificado como uma espécie a privilegiar nesta região, segundo o Plano Regional de Ordenamento Florestal do Ribatejo. Os medronhos têm diversos aproveitamentos. Podem ser utilizados para licores, aguardentes, vinagres, bolachas e compotas ou até mesmo serem consumidos frescos, sendo o seu fruto colhido entre Setembro e Dezembro. A condução do medronhal é importante de maneira a garantir que permaneça baixo para facilitar a colheita do fruto, e que ocorra floração todos os anos, dado que esta só acontece nos ramos novos. Existem dois sistemas de condução: em vaso (tronco único) ou em arbusto (vários troncos). Recorre-se às podas de formação nos primeiros 4 anos e depois às podas de manutenção nos anos seguintes de 3 em 3 anos, sempre na altura Outono/Inverno. O compasso de plantação vai depender do sistema de condução que seleccionar e também das características do local, porém aproxima-se dos 5 m x 5 m.

Em suma, o Medronheiro trata-se de uma espécie interessante a produzir face às suas características e utilizações, sendo em regra geral possível a partir dos 4 anos a colheita do seu fruto. Um dos objectivos com a constituição da Zona de Intervenção Florestal (ZIF) é encontrar alternativas de gestão que mais se adequa ao contexto inserido, para desta forma criar valor nas propriedades.